quarta-feira, 11 de julho de 2012

Retenção de ovos

Primeiramente vou descorrer muito resumidamente sobre o sistema reprodutor feminino das aves tanto anatomicamente como fisiologicamente.
É constituído por ovário e oviducto, sendo o ovário possuidor de muitos óvulos e gemas em vários estágios de desenvolvimento. Após a ovulação o óvulo passa pelas diversas porções do oviducto até chegar no útero ou também conhecido como glândula da casca que secreta parte do albúmen e é onde ocorre a infiltração da água e fornece o formato ao ovo. Nesta fase o carbonato de cálcio é depositado sobre a membrana da casca, processo que dura em média 21 horas.
O ovo passa pelo oviducto com a extremidade menor para baixo e antes de ser botado, gira 180 graus, de forma que sua extremidade maior saia primeiro. A musculatura do oviducto é responsável por este giro devido a movimentos sincronizados que ela executa com a ajuda de hormônios como as prostaglandinas, ocitocina e cálcio, que, como muitos desconhecem, atua essencialmente nas contrações musculares.
A retenção é definida como a dificuldade ou impossibilidade do ovo de passar completamente pelo oviducto e pode ser relacionada a diversos fatores, incluindo os particulares de cada espécie. Estas causas podem incluir deficiências funcionais da musculatura lisa do oviducto, infecções, postura de ovos excessiva e fadiga subseqüente do oviducto, doenças sistêmicas, deficiências nutricionais ou excessos (porque não?) de vitaminas E, selênio e cálcio, obesidade, exercícios inadequados ou ausentes, predisposição genética e estresse (manejo, alimentar, térmico, etc).
O diagnóstico é baseado em sinais clínicos que podem ser início agudo de depressão, claudicação e dificuldade de respiração, o exame físico clínico mais comum é a palpação abdominal e os exames auxiliares, raio-x e ultrassonografia.
O tratamento mais indicado além da retirada manual do ovo seriam as terapias de suporte, como fluidoterapia, cálcio por via parenteral, ocitocina ou prostaglandina. Já li sobre implosão do ovo ser um método mais seguro do que o cirúrgico para aves pequenas e médias sendo este último apenas indicado a avestruzes ou de portes similares.

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